"O Equilibrista"

Seleção e Melhoramento Genético

A competitividade do mercado e a demanda por produtos diferenciados faz com que a pecuária seja cada dia mais profissional na produção de animais fornecedores de genética.

Os criadores que não se adequarem à produção de animais com qualidade e eficiência, automaticamente perderão espaço no mercado, devido ao valor da terra e custos de produção a pecuária moderna exige alta produtividade, com qualidade e viabilidade econômica.

A pecuária deve ser de precisão, e sinônimo de precisão na pecuária é seleção e melhoramento genético. Atualmente os criadores têm a sua disposição ferramentas que podem auxiliar no processo de evolução na seleção dos rebanhos, com informações para todas as características produtivas de interesse seletiva e econômica. Essas ferramentas são os programas de melhoramento genético, desenvolvidos por associações de criadores ou pesquisadores com a finalidade de mapear todo o histórico genético de determinada raça, analisando pontos fortes e fracos dos animais para poder potencializar as novas gerações através dos acasalamentos direcionados.

Convencionalmente, a escolha dos reprodutores muitas vezes ainda é realizada somente pelo critério visual, com particularidades regionais, altura, pelagem, e análise da genética paterna em raras exceções. É válido saber que a morfologia é um ótimo indicador do perfil produtivo dos animais, sendo assim, escolher um reprodutor com biótipo produtivo moderno contribui muito para os resultados finais, aliando as características mais próximas às ideais do padrão da raça desejada.

Mas qual seria o motivo de maior dificuldade do pecuarista em identificar o animal melhorador?

Falta de informação?

Ou, por que não consegue interpretar a informação?

A produção de animais zebuínos melhoradores é vital para a pecuária nacional, desde o topo da cadeia com os rebanhos puros, até a base que representa o grande volume com o rebanho comercial para produção de bezerro e carne.

Por isso a necessidade que todos envolvidos na pecuária tenham informações precisas sobre seleção e melhoramento genético, e saibam identificar os melhores indivíduos morfologicamente e geneticamente, tendo equilíbrio para todas as características que a pecuária moderna necessita: raça e genética, estrutura, desempenho e eficiência alimentar, precocidade (peso/sexual), rendimento e acabamento da carcaça.

Conhecendo estas técnicas os pecuaristas estarão mais aptos à concorrência do mercado, que busca animais com ciclo de produção mais curto, alta qualidade e menor custo de produção.

SELEÇÃO POR PERFIL PRODUTIVO:

A morfologia (biótipo) é o resultado da interação da Genética + Meio Ambiente, o que analisamos em um animal é proveniente da herança genética de seus pais juntamente com as condições de manejo e regime alimentar que o mesmo foi submetido. 

Várias características morfológicas nos ajudam a identificar o perfil produtivo de um animal ou grupo de animais. Essas características nos predizem o que determinado reprodutor ou matriz poderá transmitir quanto à sua morfologia, uma vez que geralmente são de baixa à média herdabilidade, ou seja, podem ou não serem transmitidas para suas progênies todas as características desejáveis que gostaríamos.

Portanto, a experiência de um técnico na condução da avaliação entre matrizes e reprodutores para determinar as características produtivas desejáveis e indesejáveis é fundamental, e o comparativo sempre deve ser entre animais contemporâneos (nascidos no mesmo ano e submetidos ao mesmo manejo e regime alimentar) a fim de estabelecer os melhores acasalamentos e resultados na produção. 

Primeiramente o importante é visualizar qual o perfil do rebanho. Nessa primeira etapa “separar o joio do trigo, mesmo que seja somente visualmente para se ter noção do rebanho como um todo.

Posteriormente analisar cada animal individualmente, quanto ao seu perfil produtivo com análise comparativa no rebanho do qual pertence e também ao rebanho regional/nacional, e principalmente de acordo com o objetivo de seleção do criador.

O importante é sempre identificar o perfil da média do grupo, após, conhecer o perfil dos animais que produzem bem mais do que a média, e daqueles ineficientes que deverão ser eliminados do rebanho. Matrizes improdutivas geram custo aproximado às produtivas e não geram receita, portanto devem ser eliminadas rapidamente.

A variabilidade de descarte de um rebanho é muito grande, será em maior ou menor proporção de acordo com o plano genético, dimensionamento do rebanho e escala de produção determinada para a seleção.

AVALIAÇÕES GENÉTICAS:

As avaliações genéticas trazem para a pecuária uma enorme contribuição ajudando na precisão das informações quanto à produção dos touros e matrizes.

Identificar as Dep’s (Diferenças Esperadas nas Progênies) paras as principais características “geneticamente carentes” da atividade do produtor é essencial para a evolução dos indicadores zootécnicos, o mesmo vale para as Acurácias, que quanto mais altas, transmitem mais confiabilidade nas Dep’s, identificando os reprodutores e matrizes mais eficientes e provados.

CONSIDERAÇÕES FINAIS:

O mercado demanda carne, em volume e qualidade, e para isso é necessário produzir animais melhoradores formadores da cadeia produtiva para atender a demanda mundial.

O equilíbrio para selecionar e produzir reprodutores e matrizes com beleza racial e perfil morfológico produtivo, com avaliações genéticas consistentes para as características de interesse econômico é uma tarefa do pecuarista moderno, que precisa constantemente se aperfeiçoar para produzir com eficiência e baixo custo de produção.

Produzir reprodutores e matrizes melhoradores é um trabalho que demanda sempre muita dedicação e seleção criteriosa.

Precisa de touros? Então compre touros registrados e avaliados para o sucesso da sua atividade.

 

Rafael Mazão

Zootecnista 

Esp. Julgamento das Raças Zebuínas 

Esp. Melhoramento Genetico 

Diretor Técnico da Dstak Assessoria Pecuária 

Consultor Técnico Departamento Corte da Alta Genetics

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